Em um ano como nômade digital, já rodamos 13.184 km pelo nordeste brasileiro em uma CR-V.
É um carro com consumo alto, e que já me fez testar a fé em alguns trechos onde postos são raros ou a gasolina não é nada confiável. Sem falar na greve dos caminhoneiros, que deixou os combustíveis escassos e os ânimos acirrados, e que ainda não está longe de acontecer de novo.
Um carro mais econômico, mas que continue me atendendo no que preciso pra viajar, faz parte dos planos. É aí que me lembro dos carros elétricos ou híbridos, e de um
test drive que fizemos em uma BMW I3, pela plataforma Review, ainda em BH. E de quando vi, em Fortaleza, estações com carros elétricos compartilhados ao público, do mesmo jeito que as bicicletas do Itaú ou da Unimed. Tudo bem, são todos carros pequenos, mas, mesmo que ainda tímida pra aparecer, já existe SUV híbrida no mercado.
A boa notícia é que o recém aprovado programa de governo, o
Rota 2030, pode incentivar a produção de carros elétricos no Brasil, num mercado que pode atingir 50% da produção mundial até lá, segundo previsto em um relatório do Boston Consulting Group (BCG).
Mas como esses carros são recarregados? Não sei se você sabe, mas a maioria dos carros elétricos podem ser carregados em tomadas comuns de 220 e 110v, mas o tempo pra esse carregamento pode levar de 6 a 20 horas, aproximadamente. Há também as estações de carregamento rápido, que, dependendo do tipo, carregam 80% das baterias entre 30 e 60 minutos, e que são recomendadas para dar mais segurança ao sistema elétrico do veículo.
Há também modelos de carros que permitem a retirada da bateria para ser carregada dentro de casa, facilitando (ou não) a vida do proprietário.
Porém, os que não permitem, deixam a preocupação e a dúvida: onde recarregar e quem paga essa conta?
Salvo por iniciativas privadas, da própria BMW, por exemplo, que há pouco tempo inaugurou, junto com a EDP, o maior
corredor elétrico da América Latina, não se vê muitos totens de carregamento por aí.
Essa necessidade fez com que a ANEEL aprovasse, em junho desse ano, a
regulamentação sobre a recarga de veículos elétricos em pontos comerciais, postos de gasolinas, shoppings, vias públicas, etc, também para fins comerciais e livre cobrança por esses serviços.
A infraestrutura externa parece estar bem encaminhada, mas quando o assunto são os condomínios residenciais, conflitos podem acontecer pelo custo gerado. Afinal, quem pagaria essa conta?
Pensando nisso, a Comissão de Infraestrutura da Câmara aprovou a
PLC 45/2014, com texto alterado, que obriga as concessionárias a instalarem estações de recargas de carros elétricos também em prédios residenciais, sob o pedido dos clientes. Dessa forma, o morador interessado pagaria exclusivamente pelos custos da instalação e do seu consumo, através de tarifa pré-paga ou fatura separada.